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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Os 10 Melhores Filmes de 2012

...e eis que esse escriba que vos fala retorna para mais uma batelada de comentários sobre os filmes que mais me marcaram em 2012...felizmente foi um ano que cinematograficamente começou estranho mas que depois e principalmente agora nos últimos meses se mostrou pródigo em revelar novas obras e trazer o retorno de tarimbados cineastas. Nem tudo foram rosas ( a decepção de Prometheus, o fraco Taken 2), mas os acertos superaram os erros e agora só nos resta aguardar 2013 com a esperança de filmes melhores, do cinema como um todo melhor. Enjoy folks! (e maneirem na champagne ,ok )

10 - Shame (Shame, Dir. Steve McQueen UK, 2011, 101 min.)
Lançado no exterior em 2011, e chegando ao Brasil no início deste ano para a temporada de premiações, 'Shame' foi um filme que pouca gente viu, mas cujo impacto perdura na mente por muito tempo após a exibição. Numa tacada só, o diretor  Steve McQueen realizou um drama sobre os desvios da carne e alma que separam dois irmãos (Michael Fassbender e Carey Mulligan), um estudo de personagem como há muito não se via, e uma observação afinada sobre a camada de frivolidade existente nas relações sociais modernas, que podem levar à loucura qualquer pessoa com um desvio para a solidão. Um filme difícil e fascinante, honesto demais para ser ignorado.


9- Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge ( Batman The Dark Knight Rises, Dir. Christopher Nolan, EUA, 2012, 165 min.)
Aqui entra a polêmica. Todo mundo sabe que um blockbuster desse porte não pertence completamente a um diretor. Esse é um filme feito sob encomenda pela DC Comics para valorizar e reposicionar no mercado seu bem comercial mais rentável. Mas não há como negar que entre erros (o segundo ato do filme, confuso) e acertos ( o acerto no tom e na escolha da mulher gato, o clima épico, o final estarrecedor), Christopher Nolan conseguiu enfim colocar na tela sua visão, de maneira pouco imaculada até, concreta e inesperadamente. Mas fica o pesar: as infinitas pontas soltas vão ficar inevitavelmente abandonadas, e resta a esperança de que no futuro, a Warner entenda que o personagem Batman deve prevalecer sobre a visão de qualquer 'autor' que deseje mexer na biografia do personagem. Mesmo irregular, pela intensidade e pela coragem, um grande filme.



8 - Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom, Dir. Wes Anderson, EUA, 2012, 94 min.)
Que prazer é ver o retorno triunfal de Wes Anderson à boa forma do clássico 'Os Excêntricos Tenembaums': metódico, confiante no poder da mise-en-scene e com uma carga emocional imbatível. Isso é 'Moonrise Kingdom', uma fábula sobre romance adolescente que joga na cara dos adultos de maneira sutil tudo aquilo que a gente sabe: o amor é lindo, é complicado,  e é cheio de ramificações que podem detonar uma série de mudanças à volta de um jovem casal apaixonado. Ainda mais se forem crianças rodeadas por adultos cheios de segredos a esconder. Um roteiro perfeito, com direção acertada de Anderson e grandes atuações de Bruce Willis e Ed Norton.


7 - Holy Motors (Holy Motors, Dir. Leos Carax, FRA, 2012, 115 min.)
 A idéia básica desse delírio surreal do diretor Leos Carax é retorcer a percepção de atuação, de simulação de realidade, das possibilidades vividas por um ator na criação e no destino final de uma dezena de personagens. É uma proposta radical levada as últimas consequências pelo diretor francês e o estupendo ator Denis Lavant, que durante uma noite em Paris sai à caça do destino de nove personagens, todos interpretados por ele com gusto. Horror, drama, erótico, policial, suspense: na pele de cada personagem, ele vive e morre um gênero diferente, e cabe a platéia, emocionada, abandonar qualquer senso de realidade  para abraçar essa homenagem desbragada ao poder do cinema. Fica a mensagem: o cinema é a sua própria realidade em si, com um conjunto de regras determinadas por roteiro, direção, e edição. São os grandes atores que todos os dias insistem em viver e morrer na pele de diferentes histórias e personagens.


6 - O Homem da Máfia (Killing Them Softly, Dir. Andrew Dominik, EUA, 2012, 97 min.)
 Há muito tempo, talvez desde o final do seriado Família Soprano, uma obra sobre o crime organizado americano não realizava uma atualização tão necessária sobre o tema como 'O Homem da Máfia'. É uma fita crua, quase sem cor, arrastada, cínica e sem a menor disposição de agradar ao espectador que pretende ver o habitual intercurso de ação e matança do básico cinema de crime B americano. Aqui o tema é decadência moral, social, salpicada com violência extrema e comentário político. Tanto os políticos como os assassinos desse filme entendem a América moderna como um negócio desprovido de alegria: o que vale é a eficiência e o lucro. Toda a excitação se foi, como no Goodfellas de Scorsese ou o glamour do Chefão de Coppola. Esse é um filme triste sobre a decadência moral da América e porque não, dos códigos de conduta que regem tanto o crime quanto o senado americano. Na visão do diretor Dominik, que filma as cenas de violência como um balé de Peckinpah, se está quebrado, não conserte: deixa sangrar. Grande filme.


5 - As Vantagens de ser Invisível (The Perks of Being A Wallflower, Dir. Stephen Chbosky, EUA, 2012, 102 min.)
Há muito tempo a angústia adolescente não rendia um filme tão emocional, tão sincero e orgânico, perfeito na temática e execução. Herdando o manto de John Hugues e adaptando seu próprio romance, Stephen Chbosky conta a velha história dos desajustados do ensino médio americano que não encontrando respaldo em nenhum círculo social, encontram amparo e ressonância no seu próprio mundinho particular. O diferencial aqui são as soluções inteligentes, a trilha sonora espetacular ( espera até ouvir 'Heroes' de Bowie em dois momentos sublimes) e o ótimo elenco: o protagonista Logan Lerman tem grande futuro e deveria ser o próximo Homem-Aranha (não o esquisito e maneirista Andrew Garfield), Emma Watson dizendo adeus à Harry Potter e cia., e o sensacional Ezra Miller ( o garoto problema de We Need To Talk About Kevin, aqui em grande momento). Um filme pequeno e com muito a dizer, que vale a pena ser descoberto.


4 - As Aventuras de PI (The Life of PI, Dir. Ang Lee, EUA/China, 2012, 127 min.)
 Esse é um filme inclassificável: disfarçado de aventura juvenil despretensiosa que orgulharia Dickens, o diretor Ang Lee adapta o romance de Yann Martel sobre um garoto que perde a família num terrível acidente de navio em alto-mar e fica abandonado à própria sorte numa canoa junto com um tigre. A premissa pode parecer incompleta, desinteressante, ou surrealista demais...mas da minha parte, é apenas isso que eu desejo lhe contar: vá ver esse filmaço sabendo o mínimo possível, porque as surpresas são tantas e o visual tão estupendo que palavras são desnecessárias. Uma obra para se experimentar e vivenciar dentro da sala de exibição, e quem sabe, sair com a fé renovada em um cinema tecnicamente perfeito e cheio de emoção.

3 - Os Vingadores (Marvel's The Avengers, Dir. Joss Whedon, EUA, 2012, 142min.)
Há muito o que se dizer sobre Joss Whedon: o meganerd, o criador de séries e escritor de quadrinhos criativo, o cineasta que com seu 'Serenity' se mostrava promissor. Mas nada, nada mesmo poderia prever o gigantesco acerto desse gênio da cultura popular em 'Os Vingadores', o filme que consolida o plano de dominação mundial da Marvel e que de agora em diante, vira referência para todo e qualquer projeto complexo envolvendo um grupo de heróis (não a toa, a DC já se movimenta para o seu Justice League em 2015 visando o mesmo êxito). Mais do que isso, Whedon entende do gênero e consegue do início ao fim misturar ação incendiária (a sequência final em que o exército de Loki, os Chitauri, invadem Nova York e se digladiam com os Vingadores, dura quase meia hora e vai ser difícil de ser superada), drama e humor em doses generosas ( Downey Jr. como o Homem de Ferro sempre hilário e o Hulk de Mark Ruffalo roubam a cena), e criar um gancho insuportável de aguentar até a inevitável continuação vindoura. Honrando o manto de Jack Kirby e Stan Lee e ensinando como se faz um filme de super-heróis, aqui está a vitória final da Marvel nos cinemas: um filme de apelo universal que dialoga com o espectador ocasional e o fã, sem subestimar nenhum dos dois.


2 - Amor (Amour, Dir. Michael Haneke, AUS/FRA/GER, 2012, 127 min.)
  Utilizando um par de atores extrordinários ( Jean-Louis Trintignant e Emmanuele Riva), o realizador austríaco Michael Haneke atinge o auge de suas habilidades como roteirista e diretor ao contar a história de amor definitiva: um casal no ato final de suas vidas, confrontando a morte e o fim de tudo mais belo que foi cultivado por toda uma vida de amor intocável, perfeito. É um estudo profundo dos limites da humanidade, da paixão, do quão longe é capaz de se ir atrás da alma que se ama. Um filme devastador, que com certeza não verei de novo. O melhor pedaço de cinema do ano, com direção, atuação, e roteiro estupendos. Definitivamente o vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013, mas muito mais do que isso: uma obra-prima enxuta de orgulhar Kubrick, uma história de amor real inesquecível.


1 - 007 - Operação Skyfall ( Skyfall, Dir. Sam Mendes, UK/EUA, 2012, 143 min.)
 Mais do que a ressurreição artística de James Bond após o irregular 'Quantum of Solace' de 2008, 'Skyfall' é o cinema comercial no auge da intenção de entreter com classe, realizado com afinco de artesão. O grande diretor britânico Sam Mendes ( dos ótimos Beleza Americana, Estrada para a Perdição, Revolutionary Road entre outros) entregou o filme definitivo de 007 daqui em diante. Filmado com gana de filme de arte, mas com a audácia e a destreza dos grandes cineastas de ação, é uma fita destinada a renovar o personagem vivido com maestria novamente por Daniel Craig. Mas ao mesmo tempo em que faz Bond evoluir e se tornar pela primeira vez um personagem multifacetado (num processo já iniciado no também ótimo Cassino Royale de 2006), também olha para o passado e relembra à platéia acostumada a uma dieta de Bournes e Batmans o que faz de James Bond afinal, James Bond. Aqui tudo funciona: o ritmo é perfeito, o roteiro trata de modernizar as ameaças ao herói ( grande momento de Bardem como o vilão) e finalmente a chefe 'M', vivida pela dama do teatro inglês Judi Dench, ganha mais espaço e interfere diretamente na trama. Um filme de ação perfeito, um filme de Bond perfeito, e uma prova de que o cinema comercial pode ser sim divertido sem abrir mão da inteligência e do bom gosto. Um comentário desse sobre um filme de James Bond? 2012 foi um ano atípico mesmo....


E outros ótimos filmes, que vale lembrar : The Grey, Elefante Branco, The Raid-Redemption, Millenium - The Girl With The Dragon Tattoo, Looper, Os Infratores, Jeff Who Lives At Home, Innkeepers, Ted, 21 Jump St., Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, Os Candidatos, Cabin in The Woods, The Man With The Iron Fists, The Expendables 2, Rust and Bone.

Um comentário:

  1. Sensacional retorno,continue sempre mano......
    os filmes sao massas nao vi todos mas vou,olha somos poucos membros ainda talvez se todos nos fizermos uma pasta no imdb ( filmes de 2013) iria ser massa podiamos acompanhar durante ano os filmes que iriamos vendo e brunao comentando todos eles ligaçao cinefila.

    abraços a todos nos e brunao o fundador

    feliz ano novo!!!!!!!

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