Powered By Blogger

sábado, 31 de dezembro de 2011

10 Melhores Filmes de 2011

    Eis que 2011 chega ao fim e felizmente, o cinema não desapontou. Pode ter sido um ano meio estranho, em que a concentração de bons filmes ficou mais restrita aos últimos meses do ano. Mas não dá para reclamar de um ano que teve Woody Allen, Almodóvar e Scorsese em grande forma além da revelação do talento Nicolas Winding Refn, entre outros. Na seara nacional, Selton Mello e seu O Palhaço dominou as bilheterias e o gosto da crítica, provando que cinema comercial pode sim rimar com qualidade artística. Vale lembrar que esta é uma lista submetida a critérios puramente subjetivos, portanto quem discordar pode e deve fazer valer a sua voz. Provavelmente eu esqueci algum filme muito bom, supervalorizei outro que não deveria e deixei de comentar no blog vários deles. Mas a vida é assim mesmo, folks. Durante a viagem vamos fazendo os consertos necessários, sempre em movimento. Até 2012. Não bebam muito! Isso foi uma piada.

10 - SUBMARINE (Dir. Richard Ayoade, 100 min. UK, 2011)
     Poucas vezes uma manjada história sobre os ritos de passagem da adolescência foi contada com tamanha segurança por um diretor estreante. Abusando de um visual delirante, texto afiado e ótimas atuações, Richard Ayoade fez o filme definitivo sobre paixão adolescente. É um filme sobre aquela época da vida em que os pais não te entendem, a garota que você ama te faz de bobo e o drama é a única saída para tanta melancolia. A gente cresce e descobre que foi tudo bobagem, mas filmes desse tipo ajudam-nos a lembrar que sim, às vezes é muito bom ser feliz em ser infeliz.

Link para a crítica: http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/07/submarine-submarine-uk-2011-86-min.html


9 - CONTRA O TEMPO (Dir. Duncan Jones, USA, 2011, 95 min.)
  E sem dúvida a grande ficção de 2011 foi esse Contra O Tempo, um delírio de ação que envolve heroísmo, viagem no tempo e transferência de consciência(!) numa embalagem compacta, pouco mais de noventa minutos brilhantemente orquestrados pelo diretor Duncan Jones (que em 2009 já havia nos presenteado com a pérola Lunar). Lançado no começo do ano e esnobado por parte da crítica 'inteligente', é o tipo de filme que com o tempo só vai aumentando o séquito de seguidores, e entra na rara seara povoada por filmaços que marcaram época, como Robocop, Velocidade Máxima e tantos outros que provam o que nós aqui já sabíamos há tempos: Ficção científica e ação são gêneros espetaculares, basta um realizador com a boa vontade de assumir os clichês e subvertê-los, transformando um prato requentado em novidade.

Link para a crítica: http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/06/contra-o-tempo-source-code-eua-2011-84.html

8 - A ÁRVORE DA VIDA (Dir. Terrence Malick, EUA, 2011, 130min.)
   Quem é Terence Malick? Um recluso, um meticuloso, um pretensioso, um pseudo-filósofo metido a cineasta? Desde seu lançamento em Cannes em maio passado, obra e criador foram dissecados e discutidos por crítica e público enfurecidamente: muito bocejavam dentro do cinema, enquanto outros deliravam com a habilidade narrativa de Malick, que construiu um conto de beleza estridente sobre tudo o que nos une e nos separa, física e espiritualmente. Se cinema relevante é aquele que faz você se enfurecer, chorar, brigar e se emocionar, podem dormir tranquilos: A Árvore da Vida é exatamente esse tipo de filme, uma obra construída para dialogar com o 'repertório' do espectador, que deve compartilhar seu ideário de crenças com as imagens que vão desfilando na tela. Tudo que Malick pede é que as pessoas entrem na sala de exibição sem medo, sem preconceito. O impacto do seu filme é destruidor. Grande obra.

7 - O PALHAÇO (Dir. Selton Mello, BRA, 2011, 85 min.)
E quem diria que após seu tributo à Cassavetes, Feliz Natal, Selton Mello mostraria à que realmente veio com esse drama cômico espetacular, um filme de coração, uma ode aos artesões do oficio espalhados por todo o país, pessoas anônimas que dedicam suas vidas ao próximo de maneira quase suicida e sem moralismos. A figura do palhaço em crise é a metáfora mais acertada do artista em busca do seu 'mojo', aquela faísca, a paixão não-descoberta que assombra a alma e faz enlouquecer, uma busca sem fim pela risada sincera, honesta. Algo em falta nos dias que corre, fato. Mas filmes como esse facilitam o caminho...

Link para a crítica:  http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/11/o-palhaco-idem-brasil-2011-88-min.html

6 - MEIA-NOITE EM PARIS (Dir. Woody Allen, EUA/SPA, 2011, 92 min.)
  Ponto pacífico: Woody Allen não 'voltou', não 'ressucitou', nunca 'voltou à velha forma' ou qualquer baboseira do tipo. É claro que Meia-Noite em Paris é um filme espetacular, que traz seus velhos temas de volta à baila: nostalgia, arte, relacionamentos e neuroses diárias. Mas quem assiste seus filmes anuais (sim, é um por ano, religiosamente, desde 1970) sabe que o velho Allen não está mais preocupado em agradar crítica ou público. Seus filmes, e esse incluso, são rituais de idiossincrasias para iniciados, que entendem suas referências e deliram com suas tiradas sarcásticas, sua acidez, seu cinismo cada vez mais afiado. Aí fica a dúvida: com o sucesso que Meia-Noite em Paris fez, será que o grande público finalmente alcançou Woody Allen ou o mestre abaixou a guarda e decidiu agradar a audiência? Dilema resolvido: nenhuma das opções. Esse é mais um grande filme do incansável escritor/diretor.

Link para a crítica: http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/07/meia-noite-em-paris-midnight-in-paris.html

5 - MISSÃO:IMPOSSÍVEL - PROTOCOLO FANTASMA (Dir. Brad Bird, EUA, 2011, 127 min.)
Quem diria que o desacreditado Tom Cruise mais um diretor vindo da animação (grande animação, diga-se de passagem) lançariam um torpedo como esse quarto episódio da série Missão:Impossível, dando canseira em veteranos como Brian DePalma e John Woo? Nas mãos do diretor Brad Bird, Tom Cruise e seus comparsas (Pegg, Patton, Renner, todos perfeitos) protagonizaram as melhores e mais criativas sequências de ação vistas em muito tempo, e valorizaram o formato IMAX, perfeito para cenas antológicas como a 'escalada' do Burj Khalifa, a perseguição de carros durante uma tempestade de areia e tantas outras que fazem de M:I4 o grande filme de ação do ano, recolocando a cinessérie e a carreira de Cruise no lugar certo. E que venham mais aventuras de Ethan Hunt.

Link para a crítica: http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/12/missao-impossivel-protocolo-fantasma.html

4 - A PELE QUE HABITO (Dir. Pedro Almodóvar, SPA, 2011, 105 min.)
Sem enrolação: A Pele que Habito é um drama de horror absurdo, um conto sobre os extremos da obsessão e técnica e emocionalmente, provavelmente é o melhor filme que Pedro Almodóvar já fez. Alcançando maturidade narrativa e controlando os excessos de outrora, o autor soube costurar todos os seus antigos temas numa história de gênero, que nunca é previsível e nos choca com seu atordoante final. Banderas, Elena Anaya e todo o elenco estão em grande momento, materializando o delírio de Almodóvar e construindo aquele que foi, sem dúvida, o filme mais perturbador que pude testemunhar nesse ano.

Link para a crítica: http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/11/pele-que-habito-la-piel-que-habito-esp.html

3 - TUDO PELO PODER (Dir. George Clooney, EUA, 2011, 94 min.)
 A verve política de Clooney já é velha conhecida desde seus tempos de Boa Noite e Boa Sorte, mas finalmente o ator e diretor conseguiu afiar o seu discurso liberal e realizar seu melhor filme: Tudo Pelo Poder é um thriller passado nos bastidores de uma campanha eleitoral e é um filme sobre a perda da inocência, o momento em que um idealista (interpretado pelo excelente Ryan Gosling) percebe que, para fazer parte do jogo político, é necessário deixar as luvas de pelica de lado e sujar as mãos. Nem que isso signifique a descrença completa nos valores que fizeram você se engajar um dia. Grande filme.

2 - WARRIOR (Dir. Gavin O'Connor, EUA, 2011, 132 min.)
Desfazendo o mal-entendido: Warrior não é mais uma cópia de Rocky ou um famigerado drama sobre superação cheio de lições de moral. É simplesmente o filme mais devastador do ano sobre uma família separada por aquilo que não se diz; sobre os laços desfeitos que não podem ser reatados. Ainda é o uso espetacular da metáfora da luta (no caso, o violento Mixed Martial Arts) para contar a história de dois irmãos (Tom Hardy e Joel Edgerton, em grandes atuações) e um pai renegado (o gênio Nick Nolte) que aos trancos e barrancos tentam fazer as pazes com o passado e seguir adiante, sem nunca saber de onde virá a próxima pancada. Warrior tem o desfecho mais emocionante que já vi num filme desde O Lutador, filme de Aronofsky com Mickey Rourke. Ambos os filmes retratam um ponto comum: a grande luta sempre ocorre antes e depois do ringue. É uma obra-prima sincera e sem floreios, que te atinge e fica ressoando por dias. E é o tipo de filme que nos lembra para que serve o cinema.

1 - DRIVE (Dir. Nicolas Winding Refn, USA, 95 min.)
Com Drive, o diretor Nicolas Winding Refn entra direto para o rol dos grandes visionários: aqueles que sabem pegar uma história aparentemente simples e transformá-la em algo único, graças a uma direção meticulosa, preocupada com cada cena, cada plano, cada diálogo. O resultado é uma obra-prima genuína, dessas que a cada vez que se revê novas leituras e detalhes pipocam da tela. A figura do motorista encarnado com exatidão pelo extraordinário Ryan Gosling é a releitura moderna do Taxi Driver de DeNiro. Um solitário, um psicopata com coração de ouro que vaga pelas ruas em busca de uma paixão, uma guerra para lutar.Albert Brooks, Bryan Cranston, Carey Mulligan, Ron Perlman: grandes atuações neste que é, possívelmente, o primeiro clássico de uma década. Algo como um encontro de Lost in Translation com Clube da Luta, se fossem dirigidos por Michael Mann. Mas isso é papo furado: o cinema puro que emana de Drive nos faz renovar a fé em autores preocupados em entregar a obra perfeita. Refn, parabéns: você conseguiu.

Link para a crítica:  http://drive-insaturday.blogspot.com/2011/09/drive-drive-eua-2011-94-min.html


(Ótimos filmes que ficaram de fora, mas não esquecidos: Win Win, Cedar Rapids, O Homem que Mudou o Jogo, X-Men: Primeira Classe, Hesher, Os Agentes do Destino, Super 8, Eu Sou O Amor, No Limite da Mentira, O Guarda, Um Conto Chinês, Os Muppets, Planeta dos Macacos- A Origem)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Roubo nas Alturas (Tower Heist, EUA, 2011, 99 min.)

   ...e eis que quando ninguém esperava mais nada de Brett Ratner, desacreditado por sua direção fanfarrona e desleixada em fitas como X-Men 3 e Ladrão de Diamantes, e ainda enroladíssimo nos EUA por ter dado detalhes de sua vida sexual num programa de rádio e demitido da direção do próximo Oscar, o homem vem e entrega essa que é, inegavelmente, sua fita mais divertida desde o primeiro A Hora do Rush: Roubo nas Alturas (Tower Heist). Um filme derivativo sim, mas com um senso de humor acertado e um roteiro (de Ted Griffin e Jeff Nathanson que fez o Terminal e Prenda-me se Puder, ambos de Spielberg), veja só, até esperto demais para a média Ratner de qualidade. Isso quer dizer que é um bom filme? Longe disso. Mas eu vou arder no inferno se não admitir que dei boas risadas ao longo da projeção e até me surpreendi com uma ou outra reviravolta estapafúrdia, mas muito divertida do roteiro.

      Conta a história de Josh Kovacs (Ben Stiller, o de sempre), gerente de uma Torre luxuosa que funciona como hotel e flat de luxo para milionários do mundo todo situada em Nova York. O dono do edifício é o magnata Arthur Shaw (vivido com gosto pelo veterano Alan Alda), que logo não demora a ser preso, acusado de sonegação de impostos e desvio de dinheiro, o que resulta na suspensão das aposentadorias e pagamentos de todos os funcionários do edifício. Kovacs (Stiller), responsável por dezenas de subordinados, se vê numa missão de responsabilidade para com os companheiros, e ajudado por um time de outsiders do sonho americano, parte para um roubo mirabolante de uma fortuna que acredita estar num cofre na cobertura onde vivia o agora encarcerado ex-patrão.

     E é aí que entra Eddie Murphy, meus caros. Após uma sequência desastrosa de filmes-família que não deram em nada, Murphy se aliou a Ratner desde o início do projeto e criou o personagem Slide, um ladrão de rua pé-de-chinelo que ajuda Stiller e seus asseclas a executarem o plano. Murphy está em seu melhor momento desde 'Os Picaretas',  e é um alívio vê-lo desferindo, nem que seja em doses homeopáticas, um pouco do seu humor de rua verborrágico que tanto fez sua fama nos anos 80. Sua química com Stiller funciona, e suas cenas ensinando o grupo de ladrões amadores a como se tornar um ladrão melhor são hilárias, o grande achado do filme.

    O desenrolar do assalto pode até ser batido, mas duas coisas tiram Roubo nas Alturas da vala comum dos filmes made-for-tv que pululam por aí: a esperteza dos escritores em sugerir uma trama atrelada aos acontecimentos atuais no mercado financeiro dos EUA, acertando o timing em tempos de milionários corruptos e 'occupy Wall Street'; e a escolha acertadíssima do elenco de coadjuvantes, passando por Michael Peña, Gabourey Sidibe (a protagonista de Preciosa em 2010), Casey Affleck, Judd Hirsch, Téa Leoni e o eterno 'Ferris Bueller' Matthew Broderick, aqui hilário na pele de Fitzhugh, um desastrado analista financeiro que perde tudo na crise de Wall Street e decide se juntar ao grupo de ladrões. Espere ainda um certo carro vermelho, e a óbvia piscada de olho para o clássico Curtindo a Vida Adoidado.

     E isso é Roubo nas Alturas: um filme despretensioso que aqui e ali alcança picos de empolgação graças ao roteiro acima da média e um bom elenco que valorizou o material. Não é bem-acabado ou genial, não mudará sua vida, mas tira você da rotina por um par de horas e diverte despretensiosamente. É uma fita simpática que merece ser vista. Afinal, em se tratando de um aluno nota C ou D como Ratner, um B- é mais do que bem-vindo...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (EUA, 2011, 127 min.)





     Segundo Aristóteles, catarse seria a 'purificação' experimentada pelos espectadores, durante e após uma representação dramática. Também pode ser definida como uma sala iMAX lotada numa noite de terça feira desabando em risadas e aplausos para a ressureição artística e comercial de Tom Cruise que é 'Missão: Impossível - Protocolo Fantasma', dirigido por Brad Bird, egresso da animação que conduziu os soberbos 'Ratatouille', 'Os Incríveis' e 'O Gigante de Ferro'. Vale aqui uma analogia com o futebol: se você é torcedor de verdade, apaixonado por um time, sabe que ver um jogo ao vivo no estádio é a verdadeira celebração do esporte, a celebração coletiva que leva a catarse. Da mesma forma, muito se fala hoje em dia sobre 'baixar' filmes ou mesmo esperar o lançamento em dvd ou blu-ray. Mas meus amigos, um filme desse quilate serve para separar os meninos dos homens: deve ser visto sim em iMAX ou com a melhor qualidade de som e imagem possíveis, para aí sim se desfrutar por completo da experiência do cinema de ação popular de verdade, que pretende divertir com qualidade sem maiores pretensões.

     E olha que descontadas raríssimas excessões, pensei que Hollywood já havia esquecido como fazer esse tipo de filme. O próprio Cruise andava numa maré desfavorável desde o fracasso de Operação Valkíria e o desastroso Knight and Day no ano passado. É até curioso notar que o terceiro Missão Impossível de 2006, conduzido pelo criador de Lost, J.J.Abrams, apesar de ótimo filme não alcançou o resultado esperado comercialmente, o que deixou a realização deste quarto episódio sob auspícios temerosos dos fãs da franquia...com Cruise em baixa, um realizador vindouro da animação, e rumores (infundados, agora posso garantir) da substituição de Cruise por Jeremy Renner (aqui como um analista de passado obscuro que entra para a equipe de Ethan Hunt), nem o mais otimista poderia prever a perfeição que é esse filme.


   Para início de conversa, os roteiristas Josh Applebaum e Andre Nemec entenderam à perfeição a essência do que é Missão:Impossível: um time de experts em diferentes áreas de espionagem que ora precisam seguir à risca um plano combinado previamente, ora devem improvisar sobre eventuais falhas em campo para cumprir a missão. É espionagem, mas é também diversão escapista, com 'gadgets' espetaculares e cenas de ação e suspense que devem fazer o espectador ficar na beira da poltrona, mesmo abraçando a inverossímelhança total...afinal, com o perdão do trocadilho, é o 'Impossível' que fazia da série e fez dos filmes algo divertido e digno de nota dentro do gênero ação. Ethan Hunt (Cruise) continua o líder da equipe, mas desta vez o grande barato é que TODOS os membros da IMF que vemos na tela ( o analista Jeremy Renner, a agente de campo interpretada pela belíssima Paula Patton de 'Deja-Vu' e o alívio cômico espetacular que é o comediante britânico Simon Pegg) são essenciais para a resolução da trama...é uma sacada muito inteligente que ao mesmo tempo em que faz Cruise suar a camisa para conquistar o público dividindo a tela com outros atores, faz com que esse seja o filme mais fiel ao conceito da série de TV de toda a franquia.

         As cenas de ação são conduzidas por Bird  e o diretor de segunda unidade Dan Bradley com maestria, e elas realmente impressionam no iMAX. A sequência em que Cruise, sem dublê, fica pendurado no alto do prédio mais alto do mundo, o  Burj Khalifa, vale o ingresso e causa vertigem, devido ao nível de detalhamento que se vê na tela. É uma sequência histórica, que junto à perseguição no meio da tempestade de areia e outras grandes cenas do filme, entram direto para o rol das melhores cenas de ação da década.
Nem vale a pena revelar muito mais sobre o que acontece no filme sob pena de revelar ótimas reviravoltas que são a cereja no topo da diversão. A trama envolve um terrorista russo (Michael Nyqvist, da versão sueca de 'Os Homens que não Amavam as Mulheres') que tenta disparar ogivas nucleares e começar a Terceira Grande Guerra. É um argumento batido, mas que nas mãos dessa equipe mais que competente se transforma num épico de ação que lembra os dias de 'True Lies', 'Duro de Matar', 'Máquina Mortífera', e a própria qualidade dos episódios anteriores de 'Missão: Impossível'.

 A verdade é que depois de várias temporadas dominadas por vampiros duvidosos, robôs alucinados e super-heróis de todos os tipos, já estava mais do que na hora de uma bem-vinda visita de Cruise/Ethan Hunt, provando quem ainda é o dono da bola. E revitalizando uma franquia que começou lá em 96, e parece não dar sinais de desgaste, porque o conceito ainda é muito empolgante.

   Que o diga a platéia de fanáticos que lotou o Bourbon iMAX nessa noite de terça feira. Todos riram nas partes certas, se emocionaram com as reviravoltas e não desgrudaram os olhos da tela por um instante sequer. Se Bird, Cruise e cia. quiserem lançar um desses a cada Natal, do lado de cá, a gente vai até começar a acreditar em Papai Noel...o presente de 2011, ao menos, já está garantido.