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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Se Beber, Não Case! Parte 2 (The Hangover Part 2, EUA, 2011, 102 min.)

   Direto ao ponto: Se Beber, Não Case! Parte 2 é sem graça, é uma cópia carbono do primeiro filme e quase estraga a empatia conquistada pelos personagens no episódio anterior. É uma despedida de solteiro, agora do dentista tímido Stu ( Ed Helms, muito melhor na série The Office do que aqui), que ocorre na Tailândia por ser o país em que os pais de sua noiva moram. Os amigos Phil (Bradley Cooper), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) se juntam à Stu em mais uma noitada que termina em acontecimentos ainda mais bizarros que os do primeiro filme, e precisam reencontrar o futuro cunhado de Stu, que desaparece na espelunca em Bangcoc onde o grupo acorda com uma gigantesca...ressaca.

  E é isso. Todas, eu digo TODAS as soluções de roteiro do primeiro filme são repetidas aqui, e o humor é forçado, as piadas carecem de frescor, de inspiração. A melhor sequencia do filme é uma perseguição de carros em Bangcoc em que o diretor Todd Phillips exibe uma habilidade insuspeita para o gênero ação. Daí percebe-se como esse filme é problemático. Comédia carece de boas situações, calcadas na realidade ou abraçando o pastelão extremo. Esse filme é violento, de mau gosto e sem se decidir se parte para um humor negro, o que seria uma evolução natural da série, dado o absurdo em que os caras se envolvem, ou se copia descaradamente o que deu certo no anterior e subestima a inteligência da platéia. Afinal, quem assistiu Se Beber, Não Case! em 2009 naturalmente se interessará por uma continuação, já que a mesma equipe não pode errar numa fórmula que deu certo e foi tão original.

  Mas a insegurança é tão grande que, na ânsia de se criar outro hit de bilheteria, os caras simplesmente não arriscaram. E isso já não é de hoje: quantas continuações de filmes incríveis estragam o legado do original para dar ao público o famigerado 'mais do mesmo'? Para ilustrar melhor essa teoria, veja o caso da cinesérie Piratas do Caribe: o primeiro filme já não era uma obra-prima, mas era razoável e se tornou, sabe-se lá porque, um sucesso monstruoso. Logo vieram as continuações, que trataram de piorar o que já era medíocre. Conclusão: o público médio abraçou os filmes com voracidade. Já está no quarto episódio, quebrando recordes de bilheteria, e a qualidade descendo a ladeira. Também é uma absoluta falta de confiança dos produtores de cinema no público. Hoje, fui ver o Se Beber... numa sala do Moviecom Cinemas aqui em Araraquara, interior de São Paulo, em que apenas o cinema comercial se cria e ainda com restrições...não existem muitas opções. Olhei no painel de filmes em cartaz e estava lá: Piratas do Caribe 4, Velozes e Furiosos 5, e o Se Beber Não Case 2...dá para perceber que nessa época dos blockbusters de outono/inverno ( Verão nos EUA), ninguém se dispõe a arriscar: o negócio é faturar com conceitos já testados, mesmo que a qualidade fique em segundo plano.

  De vez em quando surge uma continuação/franquia que quebra esses padrões e traz algo realmente bom: parece ser o caso de X-Men: Fisrt Class, dirigido por Matthew Vaughn, um diretor inglês muito promissor que fez Kick-Ass e Nem Tudo é o Que Parece, dois ótimos filmes. Esse novo capítulo na franquia dos mutantes estréia por aqui na próxima sexta-feira, e as críticas iniciais são animadoras. Quem sabe na próxima semana eu comento uma sequência de filme em que não a ganância, mas a inteligência venceu no final? Cruzem os dedos!    

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