E eis que sai de cena Ettore Scola, aos 84 anos. Verdadeiro presente da cinematografia italiana para o mundo todo, o realizador conseguiu em sua vasta obra concretizar um olhar sobre a humanidade sempre caustico e bem-humorado, sincero e ingênuo, aguçado e porque não dizer, gentil. Sempre costurando momentos históricos com pendengas íntimas, Scola conseguiu incutir em obras como Feios, Sujos e Malvados , Nós Que Nos Amávamos Tanto, Um Dia Muito Especial, O Baile, Splendor, Concorrência Desleal e tantas outras uma dose de humanismo e solidariedade que consolidou sua voz de artista pleno, o diferenciando de cineastas como Fellini, Antonioni e Monicelli.
Trabalhou com Mastroianni, Sophia Loren, Massimo Troisi, Monica Vitti, Jack Lemmon, Vittorio Gassman, Nino Manfredi, Stefania Sandrelli e uma infinidade de colaboradores.
Seu último filme data de 2013: Que Estranho Chamar-se Federico prestou homenagem à Fellini, um misto de ficção e documentário onde Scola compartilhou suas memórias sobre o mestre e mentor. Reconhecendo a influência que recebeu de Fellini, Scola exibia sua modéstia e pareceu até o fim esconder com humildade a grandiosidade de seu cinema, que influenciou tantos outros cineastas. Foi brilhante do início ao fim, e toda sua filmografia merece revisão. Vai fazer falta, mas sua obra permanecerá.
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