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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

*INTERMISSÃO: PORQUE STAR WARS IMPORTA?

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*Uma breve interrupção na Retrospectiva Tarantino para esse texto e a resenha de "Star Wars - O Despertar da Força" 

Faltando algumas horas para a estréia de "Star Wars - O Despertar da Força", sétimo episódio da saga espacial concebida por George Lucas e agora levada adiante pelas mãos de J.J.Abrams e seus colaboradores, a ansiedade é grande para conferir um evento cinematográfico que promete recuperar a relevância do cinema comercial em tempos tão bicudos. A internet já pipoca reações positivas de críticos e fãs empolgados nos Estados Unidos, onde a obra já teve première concorridíssima, assim como Inglaterra. 

De qualquer forma, só abri esse post para tentar adicionar algumas idéias sobre a relevância e impacto de Star Wars para o cinema comercial como um todo desde o final dos anos 70 e também tentar desfazer alguns mal-entendidos. 

George Lucas criou em 1977 um filme diferente da ficção-científica embasada e complexa. Sua intenção era resgatar o espírito de aventura das matinês, como do cowboy Roy Rogers e do explorador espacial Flash Gordon. As histórias em quadrinhos desenhadas por Jack Kirby, influência confessa do cineasta, também entraram no caldeirão de referências, assim como a filosofia de Joseph Campbell em seu livro-ensaio "O Poder do Mito", uma anatomia da saga do herói que ecoou de maneira potente na imaginação de Lucas e refletiu a criação da dualidade bem/mal assim como a retidão moral de seus protagonistas.

O impacto comercial sem precedentes só veio confirmar a existência de uma nova demografia de público: o jovem/adolescente consumidor voraz de histórias em quadrinhos, fanático por tecnologia e seriados de TV, além de comida fast-food e rock'n'roll. Em sua gênese, George Lucas atraiu e moldou o conceito daquilo que hoje se convenciona chamar de 'nerd', ou 'geek'. E foi esse público que notadamente tornou Star Wars o fenômeno que segue inabalável até hoje. Alguns célebres fãs se tornaram atores que não escondem sua admiração (Simon Pegg), até mesmo cineastas (David Fincher considera "O Império Contra-Ataca" um dos filmes de sua vida e começou a carreira na Industrial Light and Magic como estagiário neste filme).

Mas falando de cinema propriamente dito, é um gosto adquirido. Existe sim bastante rejeição ao escapismo juvenil criado pelo cineasta. E da minha parte, acho compreensível também. O "Episódio IV- Uma Nova Esperança", dirigido por Lucas e "V -O Império Contra Ataca", de Irvin Kershner, tem momentos de grande cinema, possuem roteiros engenhosos e são quase faroestes espaciais cheios de clima e excelentes reviravoltas. Os outros episódios seguem a linha estabelecida sem grandes arroubos de genialidade, mas são queridos pelos fãs.

Gostando ou não, o ritual popular proposto por essa cinessérie de espírito leve e aventuresca é digno de menção para a história do cinema, pois sempre servirá como porta de entrada para muitos jovens e crianças que são levados à assistirem e terminam por adquirir interesse, ou mesmo fanáticos de ocasião que celebram o culto com suas fantasias, brinquedos e histórias em quadrinhos.

E é munido dessa ideia de diversão leve e a intenção de ser transportado por duas horas para um mundo bem diferente desse aqui é que me despeço, pego meu chapéu e volto daqui algumas horas para a resenha de "Star Wars - O Despertar da Força". Se resgatar ao menos um pouco do espírito de 77, será uma agradável surpresa.                       

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