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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Poder e a Lei (The Lincoln Lawyer, EUA, 2011, 120 min.)

  Vira e mexe o cinema americano nos presenteia com um bom 'Filme de Advogado', fitas policiais com tramas rocambolescas em que quase sempre o herói se vê enrolado numa teia de contravenções e dilemas morais, precisando resolver, às custas do intelecto e de força bruta, casos criminosos de impossível resolução. Ou quase.

 Felizmente, esse 'O Poder e a Lei' dirigido pelo novato Brad Furman, é de ótima safra. Adaptado do romance 'Advogado de Porta de Cadeia', best-seller de Michael Connely, conta a história de Mick Haller, advogado recém-divorciado, com pinta de bon vivant, que passa os dias em Beverly Hills com o seu motorista dirigindo um Ford Lincoln. Haller é um sujeito de moral dúbia, como a introdução do filme não demora a nos mostrar: fazer acordos com traficantes ou Hell Angels é tão natural para ele quanto tomar um uísque no bar, sempre acompanhado de seu escudeiro fiel, o investigador vivido por William H. Macy.

Eis que vem a Haller um playboy (Ryan Phillippe), acusado de espancar uma garota de programa. Ao mesmo tempo em que está incerto da inocência do rapaz, aceita o caso. E aí todas as ramificações dessa escolha, as reviravoltas muito bem construídas, são desenvolvidas em quase duas horas de ritmo ininterrupto de filme, um ótimo roteiro com uma agilidade que lembra os atuais seriados de tv, onde a peteca nunca pode cair sob pena de desinteresse do público.

 E Matthew McConaughey está perfeito no papel. Passa a credibilidade de rua necessária ao personagem e ao mesmo tempo honra a tradição do advogado bêbado que busca a redenção moral imortalizado por Paul Newman em O Veredito. O elenco de coadjuvantes também ajuda: Marisa Tomei como a ex-esposa de Haller, Ryan Phillippe, William H. Macy, Josh Lucas, Bryan Cranston, Michael Peña...grandes 'character actors', trazendo veracidade e brilho para o filme, mesmo que em pequenas pontas.

  Eu particularmente gosto muito dessa mistura genuinamente americana: o 'Film Noir', diluído numa versão mais 'Pulp' e criminal, somado ao prazer do subgênero que são os 'Filmes de Tribunal'. Pode não ser original, em muitos momentos resvala no clichê, mas não é isso que está em questão aqui. É toda uma subcultura de símbolos e significados que o diretor Brad Furman sabe explorar com maestria: o advogado em conflito moral, o playboy ricaço violento, a ex-esposa fragilizada, o promotor babaca, o amigo do herói bêbado e sempre com a razão...são inúmeros os signos que fazem de um filme desse tipo um deleite para os fãs da linhagem Noir. Eu sou um deles, então recomendo esse excelente filme.

2 comentários:

  1. Grande dica Bruno, adorei....
    muito bom mesmo.... valeu !!!!!

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  2. Valeu Shanti! Vá ao cinema e assista A pele Que Habito, o novo do Almodóvar que está em cartaz...é espetacular!

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