Powered By Blogger

terça-feira, 21 de junho de 2011

Foo Fighters: Back And Forth (EUA, 2011, 98 min.)

O que sempre me atraiu no conceito do rock'n'roll, desde sempre, é a idéia de honestidade. Você pode unir um grupo de pessoas completamente opostas, com níveis de habilidade diferentes, e no final uma música crua  e sincera será o resultado. É simples, meio barulhento e muito reconfortante. Não precisa de produção exagerada, só o sentimento certo.

E sentimento é o que transborda nesse ótimo documentário do diretor James Moll sobre uma das melhores bandas da atualidade, o Foo Fighters. É um filme direcionado á base de fãs da banda, mas que não exclui o leigo. Basta entrar na viagem sem preconceitos, e você verá um dos mais sinceros relatos sobre a dificuldade que é manter uma banda de rock. Sobretudo, Back and Forth é a saga de Dave Grohl, vocal/guitarra e bandleader que teve carreira brilhante como baterista das bandas Scream, Nirvana e recentemente no Queens of The Stone Age. Grohl deixa á mostra todas as cicatrizes de batalha, a luta de quem desde adolescente decidiu que queria tocar rock, seja num boteco para cinco pessoas ou num Wembley Stadium lotado com 80 mil pagantes. É ele quem relata que ser um rockstar não tem nada a ver com dinheiro ou fama. Para caras como ele, não havia outra opção. É o tipo de artista que nunca se comprometeu. Foo Fighters é uma rara banda atual que é conhecida no mundo todo e ao mesmo tempo ainda consegue resgatar o espírito do rock de garagem. Isso está mais do que provado no seu último disco, o sensacional Wasting Light, gravado por Grohl e seus asseclas numa garagem, em fita analógica. O resultado é espetacular, combinando as melodias grudentas características da banda com um estrondo sonoro muito bem-vindo.

Back and Forth passa por todas as fases do Foo Fighters, desde a gravação do primeiro álbum, que teve todos os instrumentos tocados por Grohl, passando pela quase dissolução da banda em 2003, devido a brigas entre os integrantes do grupo e o baterista Taylor Hawkins,que quase morreu numa overdose de heroína; e chegando ao início de 2011, quando o clima positivo entre os membros da banda possibilitou a reunião com o velho produtor Butch Vig para a gravação de Wasting Light.

É curioso como desde seu nascimento, o Foo Fighters evoluiu tanto no espectro de emoções retratadas por sua música. Amor, ódio, fé, coragem, medo, ansiedade, obstinação...todos esses sentimentos são retratados por Grohl sempre de forma leve, descompromissada. E ao mesmo tempo direto, sem exageros. É uma banda que passa meio despercebida de muita gente, talvez por repúdio à sua faceta descaradamente comercial e abrangente. Mas não confundam as coisas, folks: O Foo Fighters é uma banda que ousa ser simples e honesta em pleno 2011. Não é pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário