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quarta-feira, 1 de junho de 2011

X-Men: O Confronto Final ( X-Men: The Last Stand, EUA, 2006, 98 min.)

Eis que após tudo o que Bryan Singer e sua equipe de colaboradores tiveram tanto trabalho para construir, o pasteleiro mais requisitado de Hollywood chega com sua sutileza de elefante em loja de cristais e põe tudo à perder. X-Men: O Confronto Final é um enorme passo para trás na série, e apesar de possuir boas idéias, sucumbe ante a mão pesada de Brett Ratner, apelidado carinhosamente por este escriba que vos fala por sua 'habilidade' em dirigir filmes rapidamente e sem deixar nenhuma marca autoral. O homem é um burocrata na pior acepção do termo. Ele não dirige filmes, ele faz produtos. Tudo bem que cinema é arte e também é indústria, mas vamos devagar né? Um pouquinho menos de ganância faria bem á todos os envolvidos aqui.

  Após uma dança das cadeiras de deixar qualquer fanboy pasmo ( um conluio entre Warner e Fox fez com que Singer saísse da franquia dos mutantes para ir dirigir Superman para a Warner, e Brett Ratner ,que estava confirmado na cadeira de diretor do filme...Superman, foi para a Fox dirigir...X-Men: O Confronto Final. Que bagunça, não?), o estúdio FOX, interessado em grana, mandou embora o outro pretendente à vaga, Matthew Vaughn , e ficou com Ratner, conhecido por sua habilidade insuspeita de dirigir filmes-produto e manter a produção no cronograma absurdo de filmagem. Ratner dirigiu, editou e finalizou este filme em SEIS MESES, prazo suicida que muito diretor com a cabeça no lugar jamais toparia. Não é à toa que Vaughn caiu fora, e agora voltou em 2011 para fazer o X-Men: First Class que estréia essa semana. Provavelmente a FOX viu a burrada que fez contratando um buroca para fazer esse filme e agora pretende recomeçar do jeito certo. Enfim.

  Por onde começar? Esse terceiro X-Men tem sim alguns acertos, mas todos eles são pela manutenção do trabalho de Singer. O estilo do filme, dos personagens, ainda tem débito com a caracterização certeira dos filmes anteriores, mas o roteiro rasteiro, as soluções bizarras e as mortes inexplicáveis fazem mesmo crer que por uma questão de tempo escasso e falta de imaginação, copiou-se o estilo de Singer e bola pra frente que a caixa registradora tem que tilintar, não é mesmo? Do jeito que está, X-Men 3 parece um Bryan Singer do Paraguai: Você tem a impressão que está assistindo um filme bom, mas aqui e ali pipocam indícios de que Ratner está no comando, passando com o trator por cima da sutileza e da inteligência dos filmes anteriores.

 Ao mesmo tempo que a história avança devido à descoberta da 'cura' do gene mutante, o filme mata de maneira equivocada três dos seus personagens centrais da trama, e o pior: não há impacto nenhum na história. O que se vê é ação e mais ação, sem a menor preocupação de fazer sentido. Sr.Ratner, X-Men não é isso. Ainda por cima resolveram socar a Saga da Fênix completa, que por si só daria mais uns três filmes, e a coisa toda vira um samba do mutante doido. Eu tenho a impressão que esse X-Men 3 é um amontoado de idéias reaproveitadas sem a menor inspiração, resumidas num filme de uma hora e meia. E o uso da sala de perigo, tão clássica nos quadrinhos e nos desenhos animados? Coisa triste. E outra: isso é um spoiler, mas eu preciso dizer, então se você por alguma razão não viu esse filme pode parar aqui. Por que diabos matar o Professor Xavier? E o Ciclope? E a Jean Grey? E porque o Wolverine mudou de personalidade e ficou bonzinho, virando o 'paizão' da Escola Xavier? Putz grila!

Mais uma coisa: que mania besta essa de querer resolver tudo em 'trilogia', não? Puxa vida, Star Trek tem vários filmes, James Bond tem mais de vinte filmes e os caras querem resolver uma cronologia que vinha se desenhando de maneira tão complexa por Singer num filminho desse e colocar o nome O Confronto Final só para ganhar uns trocos a mais? Mau, Fox, Mau! Pode ter dado dinheiro, mas perderam o prestígio dos fãs e da crítica.

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